Pura covardia

Meus olhos em seus olhos
Meus lábios em seus lábios
Meu corpo em seu corpo
Minha vida em sua vida

Meu destino em seu destino
Tudo junto e separado
Não posso olhá-la
Não posso senti-la

Moro perto e longe
Choro pouco e muito
Na presença e ausência

O impedimento é forte
E ao mesmo tempo fraco
A coragem é quem falta
(Sartório Wilen)

Clímax de verão

Deus manda-me chuvas de beijos
Envolva-me num alagamento de amor
Desbarranque todas as minhas emoções
E deslize minhas encostas com alegrias!

Leve a amada enxurradas de carinhos
Desmorone nela todas as minhas versões
De ternura e prazer de amor e de paixão
Que derrube o meu corpo sobre o dela

E que ele seja um natural escombro e que
A prenda sob mim e não a deixe respirar
Assim morreremos soterrado de amor

Com suas mãos atarracadas em meu corpo
Quero que faça com que Ycra sinta o que sinto
Como sente a raiz da roseira presa na terra
(Sartório Wilen)

Eu estou aqui

Que chova muito!
Que desbarranque tudo!
Que desmorone o que tiver!
Que alague todo e qualquer lugar!

Deixe que chorem...
Deixe que morram afogados...
Deixe que percam os móveis...
Deixe que fiquem sem roupas...

Eu tenho pra vender tudo: remédio
Água, fogão, geladeira, cama, carro,
Material de construção e até caixão!!

Infelizmente é assim...
A vida não mudou nada...
Azar de um, sorte de outro!!!
(Sartório Wilen)

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