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Sonetos e Sonetos

A poesia é o alimento do espírito!!
O leitor é o alimento do ego!!
O autor deve ser devorado pelo leitor!!!!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Condenação Perpétua

Dois corpos combalidos na longa noite

Um sobre o outro sob um raio da lua

Adormeceram o amor depois do açoite

A serpente nela gravada na pele nua


Eva sobre o corpo do companheiro Adão

No ombro a marca do pecado: a serpente

Castigo da gênesis para a prole da nação

Como nasceram e viveram o de repente,


Num súbito voou a maçã e o castelo atingido

Trovões, chuvas e dilúvio foram a herança.

Igualmente o poderoso Demo saiu tangido


Gerações e gerações relutam num eterno

E vagam Adãos e Evas sem esperança

Desde a Pedra lascada ao Homem Moderno...

(Sartório Wilen)


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Transe-lúdico

Quando em casa me disperso, tudo vira em verso

O cemitério vocabular aberto aguarda o dia do liberto

Almas penadas em feixes saltam palavras como peixes

Das mãos me escorregam e no branco da folha navegam.


O preto e o branco se unem e num significante se imunem

Contra significação da pobreza e a voar alados em leveza

Em auras ao poeta circundam e em idéias fantásticas abundam

Abraços em abraços nascem versos, rimas e rimas renascem


Ressuscitar, significar é a ordem mesmo sendo desordem.

Suor da testa vira tinta, mentira ou verdade que se sinta

Poético transe-lúdico fazer a espera de um eterno acontecer


A contenda entre o A e o B e entre razão e emoção se Vê

Um todo cheio de luz na cognição se transforma e reluz

E na cova dura da lavra, enterro o poeta e salvo a palavra!

(Sartório Wilen)

sábado, 18 de abril de 2009

O poder da imagem

Ao longe miro a negra asa delta a voar
Entre as montanhas um pequeno clarão
Uma nevoa vem proteger a carne do ar
Há um ponto de luz forma de coração!

Da janela a delícia tamanha vejo
A rede preta prendendo a sereia
Logo alí no triângulo do desejo
Minha inspiração jorra pela veia

Asa delta, montanha, nevoa e veia
Coração, corpo, ar, negra teia
Arrepios e calafrios me consomem

Fechos os olhos e adormeço o puro homem
Para muitos uma imagem de consumo
Para mim uma imagem supra-sumo
(Sartório Wilen)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Um caso de demência

Dos meus atos gostaria de ter a onisciência
Já tantas e tantas vezes vivi de aparências
Só enganei a mim, o resto era pura evidência
Enjaulada e coitada perdi a independência

O direito de berrar uso com certa frequência
Não passo disso, estou atada as pendências
Estou a saber somente depois das reticências
O desânimo é absoluto, já dependo da ciência

Meu existir era uma calmaria e dormência
Nas campinas um vegetar sem consciência
Do nada emergiu voce e sem uma procedência!

Oh Deus! instalou-se e implodiu esta inocência
Haja paciência para suportar a sua ausência
Sobrevivência! Sem paciência. Perdi a resitência!!!
(Sartório Wilen)

Trans-pira-ação

O toque: As pontas dos cabelos nas ancas
Lembra: No ouvido sussurros gostosos
Imagem:Um cavalo árabe e o cio da potranca
Memória: pensamentos maliciosos e apetitosos

A pura raça de raça pura sem mistura
A fogosidade e a fogosa idade da meia idade
O tornozelo torna o zelo à preciosa a idade
A pele escura na pele branca uma tintura

Tira o fôlego põe o fôlego full ego
Respiração transpiração transe pira ação
Ação de respirar transa até pirar

Sumidade do sol da idade eu nego
A ação da imagem do coração em ação
Leva a excitar de ex-citar ao ressuscitar
(Sartório Wilen)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Monofobia

Mesmo que eu seja a última
Mesmo que ele seja tímido
mesmo que ele esteja bêbado
mesmo que eu esteja em público

Que me acenda como lâmpada
Mesmo que seja em mágica
Mesmo que não seja príncipe
Mesmo sem beleza plástica

Mesmo que eu perca a lúdica
Mesmo que eu me torne súdita
Nem que eu derrame lágrima

Nem que seja paixão mórbida
Nem que eu não seja a única
De, loucuras, amor toda úmida
(Sartório Wilen)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Pico e Bico

Na montanha a atração é o pico

Entre os picos o vale eu cheiro

Desvario e vou a pico com o bico

Tanto êxtase me sacode inteiro


Difícil para iniciante as caminhadas

Entretanto o caminho é conhecido

Veterano chega de pernas bambeadas

No pico do bico cai adormecido


O colo é morno o coração pulsa ligeiro

Sensação agradável e de corpo cheio

Por prazer ou por Instinto distinto


A via é conhecida não pinto

É natural todos conhecem o meio

Ninguém sabe quem o foi o primeiro.

( Sartório Wilen)

sábado, 4 de abril de 2009

Devaneios

Meu corpo nu recebendo o ar
Meu corpo nu recebendo o mar
Meu corpo nu recebendo o luar
Meu corpo nu só para relaxar

Minha pele grossa para sua mão fina
Só me verá um dia se for da sua sina
Meus saltos e voos são tal como de rapina
Cabelos longos como a moda ensina

Meu corpo nu só para te excitar
Num oceano inteiro sou pequenina
Não saio nunca de meu canto mar

O sol, com sua luz, me ilumina
A lua banha em todo o meu bailar
Inexisto quando a ilusão termina!
(Sartório Wilen)

Sem querer querido

O ar gelado me cobre, o manto é de frio

Curvo-me toda no sofá em busca de calor

Sinto o meu corpo pulsar e doentio

Meu corpo pede o seu suor volúpia do amor!


Onde você está que não vem me visitar

Onde você está que não vem me beijar

Onde você está que não vem me ver

Onde você está que não vem encher


De palavras vazias, sem sentimentos.

De momentos lírico e entorpecente

De tempo perdido e de promessas vã


Amor meu! Sinto a falta de meus momentos.

Não vem? Meu coração não quer, mas sente.

Faz a solidão ser a doença na mente sã!

(Sartório Wilen)

Ente querido

Vitrine. Seu corpo ocupado com os olhos meus

As íris minhas bebiam a pele e as curvas torneadas

A Donzela! Pelo desejo e suor, é minha agora!

Cerrada, casta, sou guardiã do seu Corpo e Voz!


A noite bate a brisa fresca a mando de Zeus!

Nua, os dedos meus tocam as emoções veladas

Presa em meus braços ouço sua vibração sonora

Em meu colo, meus dedos em seu corpo grandes nós


Minutos vão, horas vêem, dias passarão! Eu e ela

O eternamente amar torna o passado mais presente

O toque dos meus dedos desata e desanda a sua fala


Átimo o seu ventre em meus dedos como passarela.

Seu corpo e o meu, no ato, transfiguram-se num ente

De ar melódico, a boca exala e no ouvido cala!!!

(Sartório Wilen)

luzimagemoção

Sem luz ou sombra foto não, não há!

Sem a sensualidade o nu belo não! ah!!

Os vãos entre pele e renda exibição há

Uma boca desesperada por degustação! ah!!!


O laço, o abraço no terraço, o cansaço há

O beber, o comer, o lamber, o tremer ah!

A luz mais luz reluz e conduz, sem luz há

O pequeno, o grande, o super, o infinito ah!


Imagem, coragem, vassalagem, voltagem há

A roupa, o corpo, a pele, o semi e nu, o sensual ah!

Olhos, olheiros, olhadas, olheiras, viseiras há


Máquina traquina, de rapina, direta ou de empina há

Homem, mulher, criança, gente, curiosos e artista há

Inspiração e dom de fotógrafo? Ah! se eu tivesse aí!

( Sartório Wilen)

Minha amiga

Tenho uma amiga inimiga das amigas minhas

Tão velha, tão grosseira, um verdadeiro bronco

Mora em mim, não a convidei e é proprietária

De meu ser tomou posse e sem ela não vivo!


Quando na cama me deito, com aquelas carinhas

Vem a desgraçada no meu leito feito tronco!

Transforma o meu eu em mulher solitária

Consome a mim e a noite no meu quarto cativo


Me vira a cabeça, meu corpo reboliça

Desassossego de horas, refém dos desejos

Me esfrego no lençol meus eternos pecados


Aos poucos me entrego toda submissa

Me abandona depois no leito como lampejos

Desmaio de prazer num quarto todo bagunçado...

(Sartório Wilen)

Notas musicais


O meu coração não cabe em Si
Sem o sorriso termina com a Dó
A minha alegria começa com a Sol
E a música se inicia em Fá

O amor se propaga em Mi
E a amizade canta-se Lá
A solidão começa com a Ré
A tristeza termina numa Dó

Sete notas musicais
Para cantar a sua vinda
Sonhada e tanto querida

Tão cantada com tantos ais
Melodia, nota bem-vinda
Versos, poesia, poeta e vida.
(Santório Wilen)